Quais são os tipos de anticoncepcional?
Há Por LILIAN CRISTINA DA COSTA BLITZKOW as 14:59 - 24/02/2025 Saúde
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Decidir o momento ideal de ter filhos é muito importante em qualquer planejamento familiar. E, quando o assunto é evitar uma possível gravidez indesejada, há uma série de opções para o controle de natalidade que ajudam nessa finalidade — são os chamados métodos contraceptivos.
Neste artigo, vamos explorar os tipos de anticoncepcional mais populares e mostrar quais são os mais usados e seguros para evitar uma gravidez, sempre pontuando as vantagens e desvantagens de cada um. Dessa forma, você se orienta melhor e pode decidir qual deles é melhor para o seu caso! Vamos lá?
Os objetivos e a importância do uso de anticoncepcionais
A principal razão pela qual os anticoncepcionais foram criados está, especialmente, no controle da natalidade. No entanto, sabia que eles também podem oferecer outros benefícios para a saúde? Um anticoncepcional pode, por exemplo, ajudar a regular os ciclos menstruais, reduzir sintomas de TPM (tensão pré-menstrual), diminuir a acne e até mesmo reduzir o risco de certos tipos de câncer.
Como vimos, prevenir a gravidez é uma das principais razões para o uso desses métodos que, quando utilizados corretamente, são altamente eficazes, oferecendo muito mais controle sobre a saúde sexual no geral. Afinal, considerando para que serve anticoncepcional, ele dá a possibilidade das pessoas que gostam de escolher quando ter filhos, impactando significativamente na qualidade de vida.
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A evolução dos métodos contraceptivos
Desde os mais tradicionais até os métodos mais inovadores da atualidade, a evolução dos contraceptivos reflete a busca contínua pela autonomia e segurança das pessoas que gestam em relação à sua própria saúde, assunto que já era pauta há um século — mais precisamente no século 20.
Foi nos Estados Unidos que a enfermeira Margaret Sanger, desafiando as leis da época, promovia o uso de métodos contraceptivos para mulheres. Naquele contexto, a sociedade considerava ilógica a ideia de uma mulher escolher não ter filhos, e Margaret chegou até mesmo a ser presa após abrir a primeira clínica de controle de natalidade do país.
Décadas depois, as opções de contraceptivos ainda eram limitadas, tendo o diafragma e o coito interrompido como as práticas mais comuns. Porém, com o avanço da medicina reprodutiva e novas demandas pela saúde e bem-estar das pessoas que podem ser gestantes, surgiram os primeiros anticoncepcionais orais em 1962 — revolucionando a contracepção ao oferecer maior controle e eficácia se comparado às demais alternativas.
Hoje, as opções são vastas e adaptáveis às diversas necessidades e preferências pessoais. Além das pílulas, os métodos hormonais, como a injeção anticoncepcional, implantes subdérmicos, adesivos e DIUs, e os não hormonais, como o DIU de cobre, laqueadura e preservativos, também são alternativas muito utilizadas.
Nos próximos tópicos, discutiremos cada uma dessas opções e explicaremos como funciona o anticoncepcional no organismo. Continue a leitura e confira!
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Pílulas anticoncepcionais
Considerado o método mais conhecido, as pílulas anticoncepcionais impedem a ovulação ao conterem estrogênio e progesterona — dois hormônios que atuam na inibição da ovulação. O estrogênio é geralmente o mesmo, o etinilestradiol (EE), mas a concentração dele e o tipo de progesterona podem variar entre as medicações.
Vantagens
É reversível;
Possui alta eficácia se tomada corretamente (taxa de sucesso entre 97 e 99%);
Diminui o fluxo e as cólicas menstruais;
Reduz os sintomas da TPM e regula o ciclo menstrual;
Possibilidade de reduzir o risco de câncer de endométrio e ovário;
Possibilidade de melhora quadros de acne em algumas pessoas.
Desvantagens
Aumenta dos riscos de tromboses, acidente vascular cerebral (AVC) e infarto;
Pode causar efeitos colaterais como enjoos, ganho de peso, diminuição do desejo sexual, sensibilidade nos seios e mudanças de humor;
Existem riscos de desenvolver pressão alta (hipertensão arterial).
Se você tem dúvidas de como tomar anticoncepcional em pílulas, saiba que elas, geralmente, precisam ser ingeridas diariamente no mesmo horário. Mas, vale ressaltar, que cada medicamento pode ter procedimentos ou etapas a mais.
Dispositivo Intrauterino (DIU)
Dentre os melhores anticoncepcionais atuais, o DIU é um pequeno dispositivo em forma de “T” colocado dentro do útero que apresenta cerca de 99% de eficácia. Existem dois tipos: hormonal e de cobre. O primeiro deles funciona liberando continuamente um hormônio chamado levonorgestrel,um tipo de progesterona, dentro do útero.
Já o de cobre é chamado assim porque seu componente principal é um fio de cobre que reveste todo o seu comprimento. Ele funciona liberando íons que imobilizam os espermatozóides e reduzem sua capacidade de se mover dentro do útero, o que dificulta a fertilização.
Vantagens
É reversível;
Possui alta eficácia (taxa de sucesso de 99%);
Não interfere na capacidade de ter filhos no futuro;
Longa duração: cerca de 5 anos de eficácia para o hormonal e 10 para o de cobre;
É seguro para a maioria das pessoas, incluindo jovens e quem nunca teve filhos;
O DIU hormonal pode reduzir o sangramento em casos de menstruação intensa.
O DIU hormonal também traz benefícios para pessoas com endometriose ou que estão na fase do climatério.
Desvantagens
O DIU hormonal pode causar dor nas mamas, piorar a acne e levar a um pequeno aumento de peso;
O DIU de cobre pode causar aumento no fluxo menstrual e, consequentemente, nas cólicas;
O DIU de cobre também pode causar infecção do trato genital superior.
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Injeções anticoncepcionais
Também chamada de anticoncepcional injetável, a injeção é um método contraceptivo não oral que impede a ovulação e altera o muco cervical, dificultando a chegada do espermatozoide ao útero. Ela funciona de maneira parecida com as pílulas anticoncepcionais, mas é administrada de forma diferente, com as opções de injeção anticoncepcional mensal (contendo estrogênio e progesterona), ou trimestral (que contém apenas progesterona).
Ambas as injeções funcionam de maneira similar, pois a progesterona, o principal hormônio nelas, engrossa o muco cervical, altera a movimentação das trompas e reduz o desenvolvimento do endométrio — impedindo a ovulação e a gravidez.
Vantagens
Muito eficaz (0,1% a 0,6% de falha para a injeção mensal e de 0,3%, para a injeção trimestral)
Mantém o ciclo menstrual regular;
Reduz as cólicas menstruais;
É econômica, custando no geral entre R$13 e R$50. Também pode ser aplicada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
É segura durante a amamentação e pode ser iniciada 6 semanas após o parto, apesar de seus efeitos na fertilidade.
Desvantagens
Possíveis efeitos colaterais do anticoncepcional injetável podem afetar a autoestima, como o aumento da acne e no peso;
Em alguns casos, as injeções anticoncepcionais trimestrais podem afetar a fertilidade, levando de 9 a 12 meses para normalizar;
Implante anticoncepcional
O implante anticoncepcional é um pequeno bastão colocado sob a pele que libera hormônios derivados da progesterona (o etonogestrel) continuamente, o que gera uma ação prolongada e reversível. Esse método funciona também bloqueando a liberação do óvulo pelo ovário, isso muda a secreção do muco no colo do útero e dificultando a entrada dos espermatozoides.
O implante também afeta o movimento nas trompas, o que impede que o óvulo seja transportado pela tuba uterina, e faz com que o endométrio atrofie, evitando a implantação de um embrião e, assim, prevenindo a gravidez.
Vantagens
Altamente eficaz (taxa de falha de apenas 0,05%);
Oferece segurança por vários anos, geralmente de 3 a 5;
É reversível e, após sua remoção, a fertilidade pode ser restaurada rapidamente;
Pode aliviar períodos menstruais intensos, sendo uma boa escolha para quem sofre de cólicas fortes.
Desvantagens
A colocação e retirada do implante exigem um médico ou médica, o que pode ser um obstáculo para quem tem dificuldade de acesso aos cuidados de saúde;
Custo alto, geralmente entre R$ 2.500 a R$ 4000 para o procedimento de inserção completo;
Pode causar efeitos colaterais como enjoos, dor de cabeça, mudanças de humor, sensibilidade nos seios e ganho de peso.
Adesivo anticoncepcional
O adesivo anticoncepcional é um método contraceptivo que consiste em um adesivo fino de plástico, que libera estrogênio e progesterona — hormônios que impedem a ovulação. Ao serem absorvidos pela pele e entrarem na corrente sanguínea, tornam o muco cervical mais espesso, reduzem a espessura do endométrio e diminuem o movimento das tubas uterinas.
Para usá-lo corretamente, é necessário tomar alguns cuidados, como garantir que ele não descole da pele e evitar aplicá-lo duas vezes seguidas no mesmo lugar.
Vantagens
Muito eficiente (taxa de sucesso de 99,7%);
Ajuda a regular o ciclo menstrual;
Geralmente causa menos efeitos colaterais;
Não precisa de manutenção todos os dias e pode ser colocado em casa.
Desvantagens
Pode causar irritação ou alergia no local onde for aplicado;
É visível para outras pessoas;
Possíveis efeitos colaterais, como dor de cabeça, náusea e sensibilidade nos seios;
Não é recomendado para pessoas com mais de 90 quilos (pode não funcionar tão bem inibindo a ovulação).
Preservativos
Também chamado popularmente de camisinha, o preservativo masculino é uma capa de látex colocada no pênis para prevenir a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, como o HIV, e para evitar a gravidez. Já o preservativo feminino pode ser feito de látex ou poliuretano, é semelhante a uma bolsa e possui dois anéis flexíveis, sendo um deles móvel na extremidade para guiar a colocação no fundo da vagina ou do ânus.
Esses são os métodos mais conhecidos e acessíveis para prevenir tanto uma gravidez não planejada, quanto infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis, gonorreia e certos tipos de hepatite.
Vantagens
Não tem contra-indicações, nem efeitos colaterais;
Baixo custo, inclusive podem ser encontrados em postos de saúde gratuitamente;
Fácil utilização e manuseio;
É um método higiênico.
Desvantagens
Há risco, ainda que baixo, de romper durante o ato sexual;
Pode diminuir a sensibilidade de contato entre as pessoas;
No caso do preservativo feminino, pode ser difícil aprender a colocá-lo corretamente.
Laqueadura
A laqueadura, também chamada de ligadura de trompas, é um procedimento cirúrgico simples realizado por ginecologistas para esterilização permanente voluntária em pessoas que gestam. Ele bloqueia as tubas uterinas, isso impede a gravidez ao evitar a fecundação. É recomendada para quem deseja parar de ter filhos permanentemente, pois é um método irreversível.
Vantagens
Baixa taxa de falha (menos de 1 a cada 100);
Não afeta o ciclo menstrual nem a liberação de hormônios;
Não afeta a amamentação;
O desejo sexual e a libido não são afetados;
A recuperação da cirurgia costuma ser tranquila, sem complicações.
Desvantagens
Reverter a laqueadura em caso de arrependimento é difícil e tem poucas chances de sucesso;
Pode ter riscos como complicações da anestesia, cicatrização difícil ou infecções.
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Qual anticoncepcional é o melhor?
O melhor anticoncepcional é o que melhor funciona para cada pessoa que gesta. Para escolher o seu anticoncepcional, você deve se basear, principalmente, em suas necessidades pessoais, estilo de vida e histórico de saúde mais recente. É indispensável buscar uma figura médica especializada para receber as orientações e os métodos mais indicados.
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